Kandu 5 foi uma orca fêmea capturada na Islândia em 30 de setembro de 1977 com aproximadamente três anos de idade junto com mais cinco orcas: Canuck 2, Kona 2, Magnus, Hoi Wai e Winnie. Kandu 5 foi principalmente mantida cativa no SeaWorld Califórnia, onde em 23 de setembro de 1988 deu a luz a uma fêmea saudável chamada Orkid.
Kandu 5 é principalmente conhecida por ter protagonizado a mais cruel morte de uma baleia assassina em cativeiro, em 21 de agosto de 1989, após brigar com uma outra fêmea e ter o maxilar quebrado, ela sangrou por quarenta e cinco minutos até a morte.
Apenas vinte e um dias após a captura de um jovem macho em 9 de agosto de 1977, um grande grupo de orcas foi capturado na Islândia, mais precisamente em Ingolfshöfdi, cinco filhotes foram retirados de suas mães e foram enviados para o Saedyrasafnid Aquarium onde aguardaram o seu destino final.
Em 2 de outubro do mesmo ano, Kandu e seus companheiros foram comprados pelo SeaWorld e enviados para o Dolfinarium Harderwijk, na Holanda, enquanto esperavam seu transporte ser aceito pelo governo americano. No parque holandês, as jovens baleias assassinas conheceram uma fêmea residente capturada em 1976 chamada Gudrun, também propriedade do SeaWorld, porém, os novatos e a fêmea já residente foram mantidos separados, mantendo contato somente pelos portões que separavam os tanques.
Após dois meses nos Países Baixos, foi permitido o transporte das orcas para os Estados Unidos, Kandu 5 e Canuck 2 foram enviados para o SeaWorld em San Diego, na Califórnia, enquanto as outras orcas tiveram destinos diferentes: Magnus morreu no Dolfinarium Harderwijk, Hoi Wai e Winnie foram compradas pelo Windsor Safari Park no Reino Unido e Kona 2 foi enviada para o SeaWorld Flórida.
Em San Diego, ela conheceu novas orcas, dois machos adultos chamados Kilroy e Winston e uma jovem fêmea chamada Kenau. Lá, Kandu e Canuck começaram a receber o treinamento necessário, ela realmente era uma boa artista e fazia tudo muito bem, já Canuck era um tanto preguiçoso e se recusava muitas vezes a executar os comando pedidos. Por fim, como as orcas ainda não haviam aprendido os comportamentos mais complexos, foi decididos enviá-los a uma petting pool, onde eram principalmente utilizados para serem acariciados pelo público.
Em outubro de 1978, três orcas chegaram, um macho chamado Kotar e duas fêmeas chamadas Shawn e Kasatka, Kandu se deu bem com eles, e junto com Canuck, auxiliou os treinadores a cuidaram dos novatos.
A partir de abril de 1979, Kandu foi enviada junto com Kenau para o SeaWorld Ohio, na cidade de Aurora, lá Kandu junto com Kenau realizou shows diários no tanque principal, dois meses depois uma jovem fêmea chamada Katina chegou ao parque, as três fêmeas se deram bem e executaram muito bem os truques mais complexos. Em outubro do mesmo ano, quando o outono chegou, as três fêmeas foram transferidas para a Califórnia e dessa vez, Kandu 5 realizou shows diários no tanque principal devido ao seu grande progresso nos treinamentos em Ohio. Durante os anos de 1979 e 1981 Kandu foi transferida para Ohio durante a primavera e o verão e retornava para a Califórnia durante o outono e o inverno.
A medida que crescia, Kandu se tornava mais dominante e agressiva com seus treinadores, em 1981, com aproximadamente oito anos de idade, ela juntamente com Kenau atacou um treinador, por fim foi decido deixá-las em San Diego e transferir novas orcas para Aurora. Com o fim das transferências, Kenau e ela puderam se firmar como fêmeas dominantes do grupo, mostrando seu domínio sobre as demais orcas, com isso, ela se tornou muito agressiva, sendo por isso, proibida a entrada de pessoas na água com ela.
Em 1984, ela se tornou sexualmente madura, ela acasalou com Winston, assim como Kenau e Katina e as três acabaram engravidando. Como Katina estava com a gravidez mais adiantada, ela foi enviada para o parque na Flórida. As duas fêmeas dominantes, não sabiam como cuidar de um filhote, foi portanto necessário que os treinadores as treinassem para apresentarem as glândulas mamárias aos futuros bebês. Kenau deu a luz na primeira metade de janeiro, porém, o filhote não sobreviveu muito tempo, os veterinários esperavam que Kandu 5 tivesse mais sorte que sua companheira, no entanto, em 31 de janeiro de 1986, ela deu a luz a um filhote natimorto.
Quase um ano depois, em 21 de janeiro de 1987, um casal de orcas chegou ao parque, o macho Orky 2 e a fêmea Corky 2, ela se deu bem com Orky 2, mas teve diversos problemas com Corky, que era realmente muito submissa e Kandu gostava de descontar suas frustrações na novata, devido ao estresse, Corky acabou por abortar.
Não demorou muito para que Kandu 5 e Kenau engravidassem de Orky. Em 23 de setembro de 1988 ela deu a luz a uma fêmea chamada Orkid, ela foi uma ótima mãe, e os treinamentos para maternidade quase três anos antes, auxiliaram muito bem na criação da pequena fêmea.
Como toda boa mãe, Kandu 5 era extremamente protetora para com Orkid, impedindo inclusive, os treinadores de se aproximassem de sua filha nos primeiros seis meses de vida, ela também não ficou muito a vontade quando Corky 2 demonstrou um grande interesse em sua filha.
Em 21 de agosto de 1989, Orkid e Corky se apresentavam no tanque principal, enquanto Kandu aguardava nervosa nos tanques anexos. Quando o portão foi aberto no final do show para que ambas retornassem, Kandu nadou rapidamente para o tanque principal com grande velocidade com a boca aberta, numa tentativa de fazer um rake (um comportamento no qual as orcas dominantes arranham as menos dominantes com os dentes) em Corky, porém devido a alta velocidade, elas acabaram colidindo e pelo fato de estar com a boca aberta, ela quebrou o maxilar que teve uma artéria rompida, Kandu rapidamente nadou para os tanque anexos em companhia de sua filha.
Com um ferimento tão grave, não havia nada que os veterinários e treinadores podiam fazer, a não ser assistir Kandu sangrando durante quarenta e cinco minutos. Após esse tempo, Kandu afundou lentamente no tanque enquanto Orkid a assistia tudo desesperada ao seu lado. Após a sua morte, Orkid cresceu sob o cuidado maravilhoso de Corky, que a adotou e permanece desde 1988 no mesmo parque.
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